Setor Saúde: Santa Casa de Porto Alegre realiza procedimento cardíaco inédito no Sul do país

Setor Saúde: Santa Casa de Porto Alegre realiza procedimento cardíaco inédito no Sul do país

2020-08-10T14:38:49-03:005 de agosto de 2020|

Procedimento pode eliminar a necessidade de implante de marcapasso em portadores de arritmias cardíacas

Santa Casa de Porto Alegre realiza procedimento cardíaco inédito na região Sul

Um homem de 40 anos, com síncopes recorrentes, foi a primeira pessoa da região Sul do país
submetido a uma cardioneuroablação, procedimento que se define como uma ablação
(cauterização feita através de cateteres ultrafinos) de gânglios parassimpáticos localizados em
regiões específicas dos átrios do coração, visando aumentar a frequência cardíaca. Diferente da
ablação convencional, que normalmente tem como objetivo “queimar” circuitos específicos dentro
do coração que causam taquicardia, a cardioneuroablação não trata especificamente taquicardias,
e sim, modula (gera uma nova programação), evitando bradicardia (quando o coração faz pausas
ou bate mais devagar) em pacientes com sintomas de desmaios frequentes, podendo evitar,
naquele momento, o implante do marcapasso. É importante destacar, entretanto, que, mesmo
diante desse procedimento, há muitos casos em que o marcapasso é indicado e se faz
absolutamente necessário.

Resposta imediata e coração com nova “programação”

A técnica utilizada foi uma ablação muito semelhante a outra comumente empregada para o
tratamento das arritmias, o mapeamento eletroanatômico 3D. “Mas, neste procedimento,
abordamos especificamente esses gânglios no coração – nas ablações habituais normalmente o
foco é nos átrios ou ventrículos. Esses gânglios foram acessados por mapeamento em 3D e
realizamos uma serie de cauterizações ao redor deles, afim de obtermos o resultado esperado, que
é o aumento da frequência cardíaca. A resposta é imediata durante o procedimento”, explica Kalil.
Onde a frequência cardíaca basal básica é de 50 batimentos por minuto, espera-se uma resposta
de no mínimo 30% de aumento durante o procedimento: “Com isso, o coração fica nesta nova
“programação”, ou seja, mais resistente a eventuais quedas da frequência cardíaca”.
O paciente que foi submetido à primeira cardioneuroablação do Sul do país no final do mês de
julho, passa bem e teve alta após dois dias de internação hospitalar.

Fonte: Setor Saúde